A presença de plantas no nosso dia-a-dia é extremamente benéfica por diversos fatores. Não à toa, o Design Biofílico tem ganhado cada vez mais espaço de debate entre arquitetos e designers com o passar dos anos. Esse conceito se debruça sobre a atração inata do ser humano pela natureza e o poder que ela tem de amplificar a sensação de bem-estar, melhorar o estado de saúde física e mental, reduzir o estresse e auxiliar na concentração e criatividade. Quando adicionadas a espaços internos, as plantas melhoram a qualidade do ar convertendo dióxido de carbono em oxigênio e filtrando toxinas que se acumulam em espaços fechados, liberadas por materiais sintéticos.
Além disso, o hábito de cuidar de uma coleção de plantas pode ter certo "efeito terapêutico", uma vez que possibilita a conexão com nossas próprias necessidades naturais. Separar alguns minutos do dia ou da semana para regá-las, por exemplo, pode servir de lembrete sobre como a hidratação é importante também para seres humanos. Observar sua aparência, estado de saúde, sinais de crescimento e resposta ao local onde foram inseridas pode trazer a reflexão de como estão esses pontos também na vida de quem delas cuida.
A difusão desses conhecimentos, assim como o aumento da variedade de plantas comercializadas para espaços internos, fez com que outro conceito também ganhasse força: o Urban Jungle. Hoje extremamente popular em cidades super urbanizadas e queridinho da geração millennial, esse conceito pode ser notado tanto em conjuntos de plantas organizadas em um mesmo canto da casa, causando um forte efeito decorativo, quanto em hortas caseiras (que podem ser inclusive verticais, se adequando aos espaços disponíveis).
Porém, é necessário lembrar que diferente de itens meramente decorativos, plantas exigem atenção e cuidado constante. Necessidades específicas como intervalos de rega, adubação, exposição à luz solar entre outros pontos podem variar de espécie para espécie, mas algumas regras básicas podem seguidas para garantir a saúde das plantinhas de modo geral.
Um dos principais pontos é a iluminação natural. É essencial para qualquer planta o contato com a luz do sol em algum nível, para que consigam realizar a fotossíntese e produzir seu próprio alimento. Algumas espécies precisam da exposição direta, também chamada de "pleno-sol", enquanto outras se satisfazem com meia-sombra ou sombra. Especialistas recomendam que sua distância da janela seja de no máximo 3 metros para que elas não definhem.
É importante também que os espaços sejam sempre bem arejados. Cômodos mais fechados como os quartos vão demandar que as janelas fiquem abertas pelo menos durante algumas horas do dia, para garantir a circulação de ar. Sem esse cuidado, pequenas pragas como cochonilhas e pulgões podem se proliferar com mais facilidade e comprometer a saúde das plantas. Algumas espécies que se adaptam bem aos dormitórios, assim como à sala, e não costumam dar muito trabalho são Costela-de-adão, Pacová, Zamioculca, Espada-de-São-Jorge, Ficus lyrata, Ráfia e Lírio-da-paz.
Outro ponto fundamental é a umidade. É necessário ter atenção com a rega de cada planta, já que cada uma tem seu tempo certo. Quando vendidas, é comum que seus vasos contenham uma pequena etiqueta indicando esse intervalo. Algumas espécies precisam de rega todos os dias enquanto leguminosas e cactos, por exemplo, podem ficar até 10 dias sem água. Outra boa ideia é simular uma atmosfera natural pulverizando as folhas com o auxílio de um borrifador, criando assim a impressão de um ambiente úmido e deixando-as ainda mais bonitas.
Também é necessário se atentar à adubação e ao tamanho do vaso. Em ambientes naturais, as raízes têm muito espaço para crescer e a terra costuma estar repleta de nutrientes naturais. A interrupção do crescimento de uma planta pode ser um forte sinal de que ela passou a precisar de uma vaso maior. Providenciar a reposição dos nutrientes também é imprescindível. A adubagem deve ser realizada a cada de 3 ou 4 meses para folhagens e de 2 a 3 meses para plantas com flores.
Para os banheiros, o indicado é apostar em espécies que se adequem melhor a locais úmidos e prefiram luz indireta: Bromélia, Jibóia, Samambaia, Renda Portuguesa e Cissus ou cipó-uva são algumas opções. Muitas variedades de plantas se desenvolvem melhor em condições quentes e úmidas que podem ser proporcionadas por um banheiro, replicando os habitats tropicais nativos dessas espécies.
Já para a cozinha, nada mais conveniente do que apostar no cultivo de temperos: Alecrim, Manjericão, Tomilho, Hortelã, Cebolinha, Salsinha. Se esse for um cômodo com pouca iluminação na sua casa, esse cultivo pode ser transferido para a varanda e feito de modo vertical, como mencionado anteriormente. A varanda aliás é também o melhor espaço para plantas que gostem de luz direta: cactos diversos, Ficus Lira, Ave-do-Paraíso e árvores frutíferas crescerão muito bem neste ambiente.
E OS PETS?
Existem de fato algumas incompatibilidades entre certas espécies de plantas e os bichinhos. Para garantir definitivamente que nenhum acidente aconteça, antes de escolher uma nova representante da natureza para sua casa, converse tanto com os profissionais responsáveis pela venda da planta em questão quanto com o veterinário(a) que normalmente atende seu bichinho. Dessa forma, é muito mais seguro que nenhuma intoxicação ou envenenamento aconteça. Pode ser também que seu pet se sinta estimulado a revirar os vasos, o que pode causar tanto a destruição da sua plantinha quanto uma grande bagunça em sua casa. Para pets mais tranquilos, adicionar cascalhos ou pequenas pedras acima da terra dos vasos pode já resolver o problema. Mas se eles forem mais "aventureiros", talvez seja melhor investir em formas de elevar suas plantas com intuito de impedir o acesso dos bichinhos com o auxílio de hangers, prateleiras ou estantes.
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