“É praticamente certo que 2023 será o ano mais quente em 125 mil anos”. Essa foi a afirmação feita pelo Copernicus, observatório climático europeu, no início deste mês. No Brasil, tal recorde tem sido vivido na pele: capitais como São Paulo e Rio de Janeiro chegaram a registrar 38°C e 42°C, respectivamente nos últimos dias. E isso, vale lembrar, em um mês que ainda faz parte da Primavera.
Naturalmente, tal cenário fez com que as pessoas buscassem formas de se refrescar e amenizar o calor dentro de casa. Na internet, já foi possível notar um aumento significativo nas buscas (e nos valores) de itens como ventiladores, umidificadores e climatizadores de ar. O jornal Folha de São Paulo já fez inclusive sua aposta em texto publicado no último dia 15: o ar-condicionado deve ser o grande astro da Black Friday este ano, desbancando até mesmo grandes favoritos em edições anteriores, como smartphones.
De fato, o ar-condicionado se faz uma das alternativas mais eficientes para mudar a sensação térmica de um lugar. Mas atenção: para além do modelo, é extremamente importante observar o número de BTUs do aparelho a fim de que ele regule a temperatura do espaço de forma adequada.
BTU (British Thermal Unit ou “Unidade Térmica Britânica”) é uma unidade utilizada para medir a quantidade de energia necessária para mudar a temperatura de um ambiente.
De uma maneira geral, o BTU em ar-condicionado também pode ser compreendido como a potência do seu aparelho. Isso quer dizer que, quanto mais BTUs, maior a capacidade do ar-condicionado de esfriar ou esquentar o local em que foi instalado.
No Brasil, é possível encontrar aparelhos com diversas capacidades. Fatores como o tamanho do ambiente, número de janelas, incidência solar, quantidade de pessoas que utilizam tal ambiente com frequência e até a quantidade de aparelhos eletrônicos que o cômodo abriga interferem no cálculo de BTUs necessários para a escolha de um aparelho.
Alguns revestimentos também podem contribuir significativamente para a sensação de frescor nos ambientes, ajudando a controlar a temperatura interna. Pisos de pedras naturais como granito e mármore retêm menos calor e, quando porosas, como é o caso da ardósia por exemplo, conseguem auxiliar no isolamento térmico.
Já nas paredes, materiais como argila, gesso e tintas específicas possibilitam a respiração dessas divisões, o que ajuda a regular a umidade e a temperatura. Azulejos de cerâmica ou porcelanato são boas opções para áreas úmidas e também conseguem manter a temperatura mais fresca.
Em paredes externas, cores claras e pinturas refletivas ajudam a espelhar parcialmente a luz solar, reduzindo assim a absorção de calor. Tons de branco ou off-white, tons pastéis e cores claras de modo geral são boas opções.
Essa característica também pode ser explorada nos telhados: quando feitos em materiais reflexivos, como telhas brancas, podem reduzir expressivamente a absorção de calor no espaço interno.
A escolha desses revestimentos pode variar de acordo com o clima local, condições específicas do ambiente e preferências estéticas. É importante considerar não só o potencial de resfriamento, mas também a durabilidade e a manutenção ao escolher os revestimentos para uma casa.
Outra escolha que pode auxiliar bastante no refrescar da casa se dá através do tecido das cortinas: materiais naturais, como algodão, cânhamo e linho, são mais respiráveis, absorvem umidade e auxiliam na ventilação. Além disso, esteticamente, oferecem uma sensação de leveza aos ambientes.
São poucas as situações em que se indique o bloqueio da iluminação natural, mas em cenários de alto-verão ou calor extremo, essa é uma forma de impedir o ganho de calor que acontece quando muita luz solar passa por materiais transparentes, como o vidro por exemplo.
Cortinas levemente translúcidas já conseguem reduzir o suficiente a entrada dessa luz e causar maior conforto térmico ao ambiente.
A ventilação cruzada também é uma grande aliada. Ela pode ser criada ao abrir janelas em pontos opostos da casa, e assim oferecer a oportunidade de ajustar a circulação e aproveitar as correntes de ar, proporcionando um ambiente mais fresco e arejado dentro de casa.
Quando possível, fontes ou sistemas de água são capazes de criar “microclimas” que ajustam não só a umidade, mas também o frescor dos locais onde estão inseridos. Espelhos d’água por exemplo, sistemas que se assemelham a “piscinas rasas” de 20 a 60 centímetros de profundidade, podem ser trabalhados tanto em áreas externas quanto internas, oferecendo muito conforto e frescor.
Para casas térreas, o plantio de árvores ao redor do imóvel de forma estratégica cria sombras e direciona a ventilação. Bloqueando parte da luz solar, elas ajudam a refrescar os cômodos, regular a umidade e ainda elevam a sensação de bem-estar por se estar envolto pela natureza.
Dentro de casa, plantas menores também podem ajudar. Espada-de-São-Jorge e Filodendro, por exemplo, são espécies que auxiliam muito no frescor e entregam mais umidade aos ambientes.
Por fim, os bons e velhos ventiladores não precisam ser descartados da lista de soluções para dias mais quentes, uma vez que hoje em dia, a diversidade de modelos nas lojas é muito maior. Dessa forma, é possível encontrar opções que se adequem tanto à necessidade funcional quanto ao estilo estético dos cômodos que eles irão compor.
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